Meninas, esse foi um ano muito especial, tantas coisas mudaram, e muitas outras vao mudar, pra melhor.
Agradeco a Deus cada grama perdida, rs, e cada amizade aqui conquistada.
Tenho algumas novidades, algumas coisas pra contar, mas, hoje eh vespera de natal, e nada melhor do que um texto lindissimo escrito pelo meu marido, contando uma experiencia veridica com um dos filhos dele.
Essa cronica foi publicada hoje no jornal O Vale, aqui da nossa regiao, e espero q vcs se divirtam e se emocionem.
Feliz Natal e um otimo 2012 pra todos nos!!!!!!!!
beijos natalinos
Vivi

pai resgata fé em noel

[N/D] 

Ele dizia com todas as letras: "Não acredito em Papai Noel". Do alto de seus sete anos de idade recém-completados, o pequeno João Paulo mostrava convicção de gente grande. Não era para menos. Com tão pouca idade, o menino experimentara tantas desilusões e necessidades que ficava difícil de acreditar no que quer que fosse.
Mas o pai adotivo não queria saber. Ia convencer o novo filho a acreditar no Bom Velhinho. "Como é possível desenvolver uma nova relação de amor sem sonhos?", pensava o pai ainda sem jeito com o pequeno, que chegara poucos meses antes.
"João, eu quero fazer uma aposta com você", disse o pai. "Peça qualquer coisa para o Papai Noel e veja se ele traz. Se na noite de Natal ele não trouxer, você ganha e eu não falo mais no assunto".
O menino pensou, pensou, pensou e disse: "Eu quero uma televisão para jogar videogame, uma televisão só minha".
Naquele tempo, os jogos de computador não eram tão comuns. E uma televisão exclusiva para videogame aproximava-se do sonho impossível para um menino de origem pobre como João Paulo. O olhar de desafio revelava no rosto do menino a certeza de que o pai perderia a aposta.
E o trato foi feito.
Noite Feliz.
O tempo passou, chegou o Natal e a hora da entrega dos presentes. João Paulo já havia inspecionado cuidadosamente os pacotes sob a árvore enfeitada e sabia que ali não havia aparelho de TV. Mesmo assim aguardava, disfarçando a ansiedade.
Os nomes iam sendo anunciados e os presente entregues. Um prá vovó, outro prá outra vovó, um para a Mônica, outro para a Jéssica, e João Paulo não esboçava nenhuma reação quando era chamado. Recebia o presente e sabia que não era a sua TV.
"João, esse é para você": uma bola de futebol. "João, outro presente": um carrinho. "Esse é do João Paulo": uma roupinha. Depois do último presente, falou para o pai. "Eu não disse? Papai Noel não existe".
O pai não se entregou assim tão fácil: "João, a casa é grande e o Papai Noel é um velhinho muito brincalhão. Pode ser que ele tenha deixado presentes por aí. Que tal ir procurar com as suas irmãs?"
Esperança.
Um misto de esperança e incredulidade dividiu a expressão do menino que seguiu as irmãs em gritaria pela casa. E foram procurando no quintal, na cozinha, na garagem, de novo na sala... nos quartos!
Ninguém tinha procurado nos quartos! E subiram as escadas na correria.
No quarto das crianças não tinha nada. No quarto dos pais, nada. No quarto do irmão Gabriel, nada.
Já estavam desanimando quando o próprio João Paulo lembrou e abriu a porta-balcão que dava para varanda. Os pacotes que faltavam estavam lá. E um deles era a tão sonhada televisão.
Nem deu tempo de falar nada. João Paulo se pôs a pular de alegria e alívio, gritando: "Papai Noel existe! Papai Noel existe!".
Hoje, meu filho João Paulo tem 21 anos de idade. Mônica tem 19 e Jéssica 16. E eu ainda digo: vale a pena acreditar em Papai Noel.
Maurício Cintrão

é Jornalista e pai coruja
http://www.ovale.com.br/viver/pai-resgata-fe-em-noel-1.198409